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domingo, 31 de julho de 2011

Não sei. O lado bom de não saber.


Reconhecer o desconhecimento sobre certas coisas é sinal de inteligência e um passo decisivo para a mudança.

Uma das coisas mais inteligentes que um homem e uma mulher podem saber é saber que não sabem. Alias, só é possível camina em direção a excelência se você souber que não sabe algumas coisas. Porque a pessoas que, em vez de ter humildade para saber que não sabe, fingem que sabem. Pior do que não saber, é fingir que sabe. Quando você finge que sabe impede um planejamento adequado, impede uma ação coletiva eficaz. Por isso, a expressão “não sei” é um sinal de absoluta inteligência.
Essa é uma regra básica da vida: quando você esta no fundo do poço, a primeira coisa que precisa para sair de lá é parar de cavar.  A pá que continua cavando é, ao não saber, fingir que sei. Fingir para quem? Não existe autoengano. Isso significa que quando alguém diz: não sei é um sinal de inteligência. Alias, a pessoa humilde é capaz de ter duvida, e isso é o motor da mudança. Cuidado com gente que não tem duvida. Gente que não tem duvida não é capaz de inovar, de reinventar, não é capa de fazer de outro modo. Gente que não tem duvida só é capaz de repetir. Cuidado com gente cheia de certeza. Num mundo de velocidade e mudança, imagine se você ou eu somos cheios de certeza, a dificuldade que isso nos carrega. Claro, você não pode ser alguém que só tem duvidas, mas não tê-las é sinal de tolice. “Será que estou fazendo do melhor modo? Da maneira mais correta? Será que estou fazendo aquilo que pode ser feito?”
Só seres que arriscam erram. Não confunda erro com negligencia, desatenção e descuido. Ser capaz de arriscar é uma das coisas mais inteligentes para mudar. Você não tem de temer o erro. Tem de temer a negligencia, a desatenção e o descuido. Erro é para ser corrigido, não para ser punido. O que se pune é a negligencia, desatenção e descuido. Quem inventou a lâmpada elétrica de corrente continua foi Thomas Edison, sabemos. O que nem sempre se tem ideia e que ele fez 1430 experiências antes de chegar a lâmpada que deram errado. Ele inclusive registrou: inventei 1430 modos de não fazer a lâmpada. Porque é muito importante também saber o que não fazer. Ele aprendeu que o fracasso não acontece quando se erra, mas quando se desiste face ao erro.
Nenhum e nenhuma de nos é capaz de fazer tudo certo o tempo todo de todos os modos. Por isso, você só conhece alguém quando sabe que ele erra, e quando ele erra e não desiste. E dizem: ah, é por isso que a gente aprende com os erros? Não, a gente não aprende com os erros. A gente aprende com a correção dos erros. Se a gente aprendesse com os erros, o melhor método pedagógico seria errar bastante, lembrando que todo cogumelo é comestível. Alguns apenas uma vez.

Retirado  do livro Qual é a tua obra? de Mario Sergio Cortella

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